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Como entender e viver com o que sentimos

Atualizado: 2 de set.

Imagine que suas emoções são como nuvens no céu. O céu ora está claro e ensolarado, ora nublado ou tempestuoso. Elas estão sempre mudando, refletindo os momentos que vivemos e as experiências que acumulamos. Assim como o clima, as emoções são passageiras, mas exercem um papel fundamental em como percebemos o mundo e a nós mesmos.

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No livro Uma história das emoções humanas, o historiador Richard Firth-Godbehere mostra que as emoções que sentimos não são fixas ou iguais para todas as pessoas, em todos os tempos. O jeito como sentimos, nomeamos e interpretamos nossas emoções varia muito conforme a cultura e a época em que vivemos. Isso tem impacto direto nas nossas decisões, ações e relacionamentos.



Emoções: Um produto da cultura e da história

Diferente do que se imagina, não existe uma “natureza emocional humana” imutável. Emoções como amor, medo, raiva ou esperança são construídas culturalmente e influenciadas por fatores como religiões, filosofias, regras sociais e até o marketing.


Na Idade Média, por exemplo, sentir medo do inferno era considerado algo virtuoso. Já no período do Iluminismo, emoções como tristeza e raiva passaram a ser vistas como algo irracional a ser controlado pela razão. Com o avanço da ciência e da psicologia, as ideias sobre o que é saudável ou disfuncional em termos emocionais foram evoluindo — e hoje vivemos uma tensão entre cuidar do nosso bem-estar emocional e lidar com as exigências da vida moderna.



Como emoções, pensamentos e comportamentos se influenciam

Nossas emoções não aparecem isoladas: elas estão ligadas a pensamentos e ações em um ciclo constante de influência mútua.


Por exemplo, se antes de uma situação difícil você pensa “não vou conseguir”, pode sentir ansiedade e acabar evitando o desafio — reforçando a crença negativa. Por outro lado, sentir orgulho após uma conquista pode aumentar a confiança e motivar novos passos. As emoções são parte fundamental do que nos move.



O custo de lutar contra as emoções

Ao longo da história, muitas culturas tentaram controlar ou reprimir emoções para manter a ordem ou a moral. Mas esse esforço muitas vezes trouxe mais sofrimento do que alívio.


Hoje, reprimir sentimentos como medo, raiva ou tristeza pode consumir muita energia e dificultar nossa conexão conosco mesmos. Além disso, ignorar o que sentimos pode atrapalhar a clareza das nossas decisões.


Por exemplo, quem tem medo de errar pode evitar pedir ajuda ou adiar decisões importantes, aumentando justamente o risco que queria evitar. Já aceitar o medo como uma informação valiosa permite planejar melhor, aprender e agir com mais segurança.



Aceitar emoções é estar em sintonia com elas

Aceitação emocional não é fraqueza nem passividade. É uma habilidade importante que nos ajuda a lidar com o que sentimos sem tentar fugir ou reprimir.


Sentir raiva diante de uma injustiça pode ser um impulso para buscar mudanças. Sentir tristeza diante de uma perda pode ajudar a encontrar novos caminhos. Tentar eliminar as emoções seria como querer viver num mundo sem cor — impossível e indesejável.



Inteligência emocional: Muito além de manter a calma

Inteligência emocional é a capacidade de perceber, aceitar e gerenciar nossas emoções com consciência. Isso inclui:


  • Autopercepção: notar o que estamos sentindo antes que a emoção domine nossa reação.

  • Aceitação: acolher o desconforto emocional sem lutar contra ele.

  • Ação intencional: escolher como responder, mesmo com a emoção presente.


Essa prática exige atenção e coragem, especialmente com emoções difíceis. Mas é nessa habilidade que encontramos liberdade para não sermos dominados por nossos sentimentos.



Emoções são temporárias e estão sempre mudando

A vida é cheia de transformações, assim como as nuvens no céu que mudam o tempo todo.


Compreender que nossas emoções são influenciadas por contexto, cultura e história nos ajuda a lidar com elas de forma mais livre e alinhada ao que valorizamos. Assim, podemos agir com mais propósito, sem sermos reféns de pensamentos ou sentimentos passageiros.



Ser humano é sentir

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A busca por evitar emoções muitas vezes ignora que sentir é parte da nossa essência. Não precisamos esconder ou nos desculpar por nossas emoções. O mais importante não é o que sentimos, mas o que fazemos com esses sentimentos.

Saber caminhar com nossas emoções — mesmo as difíceis — nos ajuda a viver com mais autenticidade, equilíbrio e significado.




Quer entender melhor suas emoções ou aprender a lidar com elas?

Estou aqui para ajudar você nessa jornada.



Precisando, estou aqui <3


Luiza Teixeira Natale

Psicóloga clínica

CRP 05/77673

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